Património Arqueológico

Sobre a publicação do Roteiro Arqueológico do Concelho de Carregal do Sal e a emergente organização do Museu Municipal recentemente criado impunha o estabelecimento de um quadro coerente e minimamente actualizado de todo o acervo patrimonial móvel e imóvel do Concelho, tendo em vista não só o seu estudo e inventariação, com base em critérios de objetividade e rigor científico, mas também assegurar a sua salvaguarda e protecção como forma de contribuir harmoniosamente para o desenvolvimento sócio-cultural de todo o Município.
Nesse sentido, a constatação e registo da existência de cerca de trinta novos documentos histórico-arqueológicos, dispersos pela paisagem territorial e cultura do Município, justificavam a sua inventariação e divulgação, porquanto a mesma constituirá um instrumento fundamental de gestão e uma sólida base de trabalho para novos desafios que lhe virão a ser colocados, mormente ao nível de políticas de planeamento e urbanismo, acções de salvaguarda e conservação, bem como critérios de ordenamento, que passem a ter em conta a preservação do património identitário e o estabelecimento de novas medidas de actuação em sede de futuras revisões do P.D.M.

Das novas descobertas arqueológicas há a destacar um número significativo de rochas com manifestações de arte rupestre que, pela quantidade e diversidade dos motivos gravados, poderão motivar um estudo sistemático que se direccione a reconstrução da paisagem cultural e a sua evolução ao longo dos tempos bem como contribuir para um melhor conhecimento da Arte Rupestre desta região, nomeadamente ao nível dos seus aspetos. mágico-simbólicos. Nesse sentido, os elementos recentemente identificados, são pouco precisos e exclusivamente isolados, dificultando, por isso, a verdadeira proveniência dos mesmos.
Da idade Média foram também identificadas outras formas de ocupação do território, nomeadamente sete sepulturas escavadas na rocha que até aos dias de hoje eram completamente desconhecidas, no entanto a sua localização permite supor que os sítios em causa poderão ter correspondido a pequenas Quintas ou casas agrícolas na época Medieval.

Assim a apresentação segue uma exposição com base na sequência cronológica , desde a Pré-História à Idade Média e por ordem alfabética independentemente das freguesias prospectadas, senda a distribuição dos Sítios Arqueológicos apresentada na C.M.P. à escala 1:50 000
A localização é feita a partir da Carta Militar de Portugal dos Serviços cartográficos do Exército à escala 1:25 000. Em cada estação ou sítio apresenta-se a designação, o número de inventário correspondente com a sequência numérica feita a partir do último sitio arqueológico inventariado e publicado na 1ª fase da carta e roteiro do Concelho.

ORCA DO OUTEIRO DO RATO

LUGAR: Lages
FREGUESIA: Oliveira do Conde
COORD.:UTM 29 TNE 913799
C.M.P.:211, Ervedal da Beira, 1993
ALTITUDE: 323 metros

Trata-se de um monumento megalítico localizado num pinhal, numa área planáltica, É constituído por uma câmara poligonal e corredor longo de aproximadamente 7,5 metros. É também visível parte da mamoa que cobria todo o monumento. É um monumento que teve dois momentos de utilização, o primeiro corresponderia ao V milénio B.P. e o segundo aos inícios da Idade do Bronze.

ORCA DO SANTO

LUGAR: Santo
FREGUESIA: Oliveira do Conde
COORD: UTM 29 TNE 906784
C.M.P: 211, Ervedal da Beira, 1993
ALTITUDE:

Mamoa completamente destruída, apresentando fossas profundas de violação.
Os esteios e lajes de cobertura foram retirados do local para utilização e destino desconhecidos.
Localiza-se a 250 metros da Quinta do Santo e a 500m para Sul do campo de futebol dos Fiais da Telha.

ORCA DE FIAIS DA TELHA / DÓLMEN DA ORCA

LUGAR: Lapa da Orca
FREGUESIA: Oliveira do Conde
COORD.:UTM 29 TNE 902778
C.M.P.:211, Ervedal da Beira, 1993
ALTITUDE: 313 metros

Monumento megalítico, localizado no Planalto do Ameal. Trata-se de um dos monumentos mais bem conservados da região, apresenta uma câmara poligonal. Possui ainda uma laje de cobertura e uma outra que fecha o desnível para o corredor. Foram encontradas no local pontas de seta em sílex, colar de contas em xisto, contas de colar em pedra verde, entre outras, atribuídas ao neolítico, calcolítico e Bronze Final. Este monumento poderá inserir-se no V milénio B.P..

ABRIGO DA ORCA

LUGAR: Orca - Fiais da Telha
FREGUESIA: Oliveira do Conde
C.M.P: 211 de 1993
UTM: 29 TNE 904 777
ALTITUDE: 309 metros

Acessos: seguir o caminho para o Dólmen da Orca. Ao primeiro cruzamento virar à esquerda, conforme placas de sinalização existentes, do Circuito Pré-histórico Fiais/ Azenha.

Abrigo sob rocha na forma de pala, com configuração semi-circular, sendo contornado na zona frontal, por uma estrutura pétrea de protecção de seis pseudo esteios, já em parte danificados. O seu interior apresenta um pavimento lajeado, com pedras de pequeno calibre, e uma estrutura de combustão, do lado Sul.
Na área circundante, entre este Abrigo e o Dólmen da Orca, do qual dista cerca de 250 metros, foi identificado um fragmento de cerâmica manual decorada, bem como um resto de talhe silex.
O abrigo fica implantado na vertente Norte do rio Mondego, numa área predominantemente granítica, com grande alcance visual sobre a paisagem, tendo a Este e a Sul várias linhas de água, que correm para aquele importante recurso fluvial.
Atendendo às características e ao contexto em que está inserido, o abrigo terá sido utilizado por pastores ao longo de vários séculos, no entanto não deverá ser excluída a hipótese de o mesmo ter sido utilizado por comunidades Pré-Históricas, devido à sua proximidade com o Dólmen da Orca.