Era uma vez, um príncipe cristão que se apaixonou por uma princesa moura e fugiram os dois.
Eles foram morar num castelo, que era numa terra perto desta povoação de Oliveira do Conde.
Eram muito orgulhosos e invejosos e não gostavam de falar com ninguém.
Quando passavam pessoas por perto, eles escondiam-se porque tinham vergonha, achavam-se mais importantes que as outras pessoas.
Um dia, passou lá uma velhinha muito pobre e desajeitada, que na realidade era uma fada disfarçada, ela pediu-lhes pousada e o príncipe perguntou-lhe:
-Quem te disse a ti que aqui habitava gente? Vai-te embora velha impertinente.
A velhinha não respondeu e com a varinha na mão direita disse para a princesa:
-Transforma-te numa enorme víbora.
E disse para o príncipe:
-Transforma-te num rouxinol, cantarás de dia e de noite, quer chova quer brilhe o sol.
Em momentos a princesa transformou-se numa víbora, o castelo foi demolido e transformou-se num penedo e o príncipe num rouxinol.
A víbora ia todos os dias ouvir o seu amor cantar.
Quando as tecedeiras lá passavam para irem além do Mondego, atiravam-lhe com novelos de lã e depois fugiam dela.
Um dia como a víbora já não tinha mais espaço para pôr mais novelos no açafate (cesto de verga da costura), começou a devorá-los. Ela encheu tanto o seu ventre que deu um estoiro soltando-as.
Assim acaba a lenda do Penedo da Víbora.
Hoje ainda existe o penedo, tem lá uma tesoura desenhada e o açafate.
(autores desconhecidos, s.d.)
©2020 · IDStudies · Todos os direitos reservados