Dra. Maria Rita Pais Cardoso

(Clique na imagem para percorrer toda a galeria)

Nasceu a 26 de Agosto de 1906, no lugar de Abrunhosa do Mato, freguesia de Cunha Baixa, concelho de Mangualde. Frequentou, como seu marido Delfim de Sousa Ramos, o liceu Alves Martins, Viseu, onde foram colegas desde o primeiro ano.

Frequentaram ambos a Universidade de Coimbra, tendo obtido a licenciatura em 1934, ela em Filologia Românica e ele em Direito.

Casaram, na Figueira da Foz, onde começou a lecionar, a 16 de Outubro de 1937 e a sua primeira filha nasceu em Coimbra a 16 de Maio de 1939, vindo a falecer apenas 5 anos depois, em 1944. As outras duas filhas nasceram em 1945 e em 1948. Compraram a casa de Albergaria e ela começou a dar aulas no Colégio Nuno Álvares, acabado de fundar por Francisco Bastos da Silveira (1939), mas cujo Alvará só foi concedido em 12 de Julho de 1941 à sociedade Sousa e Costa, Lda. Construída pelos Drs. Manuel da Costa e Tristão Rodrigues de Sousa, em 9 de Maio de 1944, estes cederam as suas quotas a Maria Rita Pais Cardoso e Américo da Costa.

O edifício do Colégio era uma moradia adaptada para o efeito onde Maria Rita lutou arduamente para que, além do máximo rendimento escolar, os alunos formassem o caráter, o pensamento crítico, adquirissem cultura e uma visão do Mundo em que todos eram diferentes mas iguais em direitos.

A fama do Colégio Nuno Álvares foi crescendo, pelos excelentes resultados nos exames de final de ano, com o número de alunos a aumentar e tornou-se urgente a construção de um novo edifício, com o lançamento da primeira pedra em Abril de 1959.

O sonho acabou no dia 20 de Julho desse ano, com um acidente de viação à entrada de Mangualde.

A dualidade do seu comportamento é o marco da sua excecionalidade. Se por um lado convivia com as pessoas gradas da terra, por outro, ia a casa do desfavorecido, as filhas brincavam na rua com as outras crianças do lugar, na sua casa os trabalhadores eram tratados com dignidade. Se em certas circunstâncias dava uma ordem a que ninguém tinha coragem de desobedecer, por outro dava amor e carinho a quem dele precisava. Foi esta dualidade de comportamento e a tenacidade com que lutou por um Colégio digno e conhecido que a tornaram numa Grande Mulher.

Uma mulher bonita, de aspeto frágil, exemplo de coragem, liderança e humanidade, a professora no que mais abrangente tem esta palavra.