Esta vila, ciosa do seu longínquo passado e orgulhosa das suas sete casas brasonadas, algumas já desaparecidas, tem ainda bonitos solares e deles fazemos referência como a Casa do Visconde, a Casa de Seia (dos Albuquerques), frente ao Pelourinho, e o Solar dos Albergarias, um belo e típico solar da Beira que, com a sua varanda, mantém em toda a sua pureza arquitetónica o cunho do século XV.

Mas Oliveira do Conde tem ainda outros belos edifícios, como as Casas da Quinta do Boiço, D. Luísa Soveral, Nicolau Ferraz, Rui de Pina, além de outras, não menos importantes, denotando a ancianidade desta povoação.

Este Solar pertence à Família Soares de Albergaria, uma família muito antiga, quase desde o princípio do Reino. Este Solar, de estilo Barroco (1600-1750), representa o período mais nobre e revigorado de toda a história da vila. O interior deste é muito rico, mais próprio de um verdadeiro museu, com móveis dos mais variados estilos e quadros a óleo, sobretudo de Eduardo Malta e Henrique Medina. Foi restaurado pelo então Major Américo Olavo, barbaramente assassinado nas lutas fratricidas duma das épocas mais negras da História de Portugal.

A casa é constituída por dois corpos, ligados por um muro alpendrado, que dá para o pátio interior ajardinado, no qual se abre um portão nobre, encimado pelo brasão dos Albergaria.

A Casa do Visconde, ou Casa Grande, é um Solar importante, considerado imóvel de interesse público, com uma fachada rica, maioritariamente de estilo Barroco, com vestígios de Rococó bem expressos nas conchas situadas na parte superior das janelas. A meio da fachada fica o Brasão da Família.

O Solar foi construído pelo Dr. Luís Xavier de Azevedo, cavaleiro da Ordem de Cristo, e por sua mulher, Dª Rosa Luísa de Mello Borges de Castro. Foi seu bisneto, o 1º Barão e 1º Visconde de Oliveira do Conde, Miguel Borges de Castro Tavares Azevedo. Possui um átrio na entrada com escadarias imponentes, tem também uma capela, com retábulo Barroco, construída em honra de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Faz parte deste Solar uma Quinta com uma carreira de buxeiros das mais importantes do país.

É de estilo Neoclássico, com uma magnífica vista para o vale do Mondego e a Serra da Estrela como “pano de fundo”. Está rodeada de uma bem tratada Quinta.

Pertence à Senhora Dona Maria Teresa e ao Senhor Doutor Joaquim Cabral. A antiga proprietária foi a Senhora Dona Margarida, avó de Dona Maria Teresa, e foi totalmente remodelada pelo Senhor Doutor Joaquim Cabral que a enriqueceu, sobretudo, pela cobertura da magnífica varanda. A Senhora Dona Margarida era a “mãe” e a “conselheira” dos pobres de Oliveira do Conde. Muita gente necessitada, quando adoecia com certa gravidade, era internada nos Hospitais de Coimbra, graças à sua intervenção.

São perfeitamente visíveis alterações decorrentes das intervenções sofridas, nomeadamente na parte posterior da casa, remontando estas a meados do século XIX.

Em pleno centro histórico e a escassos metros do Pelourinho Manuelino, em Oliveira do Conde, vai agonizando este importante imóvel, onde num edifício muito anterior a este funcionou a antiga Câmara de Oliveira do Conde e a cadeia.

Da sua estrutura e gramática arquitetónica primitiva, pouco ou nada resta, sendo atualmente o resultado de remodelações sofridas nos finais do século XIX.
Trata-se de um edifício de planta retangular com dois pisos, apresentando-se a sua fachada principal ladeada de possantes pilastras lisas de bases salientes, sendo de realçar, no piso térreo, uma fila de quatro janelas de lintéis direitos sem elementos decorativos e uma porta central coroada de remate ondulante que dá acesso ao piso superior através de uma sóbria escadaria em granito.

O piso superior é, por sua vez, rasgado por cinco portas protegidas com resguardo em ferro forjado, sendo a central, coroada com remate curvo e varandim saliente, também protegido com ferro forjado, constituindo uma solução que viria a quebrar todo o aspeto estético que irradiava da sua fachada.