A pouca distância da Casa da Fidalga, esta singular casa de planta retangular, pertencente à Sra. Dona Felismina do Carmo Campos e outrora residência da família José Nunes Figueiredo “Seabra”, é outro testemunho tipificado de soluções construtivas menos dispendiosas, provavelmente edificada em meados do século XVIII.
O Imóvel caracteriza-se pela conceção sóbria e estática da sua fachada, na qual se destacam janelas de lintéis direitos e sem ornatos.
Porém a sua nota erudita vai para a sua belíssima escadaria decorada em granito que, paralela à fachada, repete o tipo tradicional de parapeito fechado terminado por consola de volutas invertidas, assim como o respetivo resguardo final que remata o “perron”, com semelhante solução decorativa.
Outra nota saliente são as suas possantes e austeras pilastras que rematam as fachadas, bem como a sua sólida e possante cornija, cuja funcionalidade e efeito decorativo lhe conferem uma unidade estrutural equilibrada.
Referem as fontes orais que outrora ali residiram os padres serranos.
Casa da Fidalga
Também denominada como “Solar de Alvarelhos”, apresenta um elegante portão abrasonado e uma frondosa mata, sendo ainda hoje um forte testemunho da importância que teve este antigo aglomerado populacional.
Situada no lugar de Alvarelhos, é uma típica construção do último quartel do século XVIII, de fachada corrida, com longa teoria de janelas, rematada a um extremo pela capela, esta ligeiramente saliente em relação à casa.
As janelas têm o recorte característico – particularmente no frontão ondulante – muito generalizado na época, e toda a conceção da casa segue um modelo muito frequente na época de Setecentos.
Nesta conceção linear só o corpo da capela e a entrada nobre ensaiam timidamente um jogo de volumes, quase impercetível. Na entrada, porém, é de notar que as pilastras são colocadas obliquamente e que a soleira da janela central acentua esse movimento oblíquo, sendo ainda protegida com uma fina e elegante grade rocaille da época. Este movimento da porta é tudo quanto resta do espírito barroco.
Casa da Barreirinha
A Casa Solarenga da Barreirinha, situada na zona central de Fiais da Telha é, pela regularidade da sua massa arquitetónica, uma construção de linhas sóbrias e um exemplo típico de casa nobre rural beirã, tendo certamente sido construída em meados do século XIX.
Ostenta uma volumetria estrutural possante e equilibrada, evidenciando uma incipiente distinção entre o andar nobre e o piso térreo. A sua fachada é amparada por pilastras de granito liso constituídas por robustas bases, salientando-se ainda os remates das janelas, levemente curvos, com típicas grades de proteção no piso inferior. Quebrando esta uniformidade das suas fachadas, sobressai no seu alçado principal, um belíssimo varandim, também protegido com um gradeamento em ferro muito característico neste registo.
No seguimento da sua fachada norte ergue-se, adossado a esta, uma belíssima capela rematada no seu frontispício com frontão triangular clássico encimado de cruz latina e ladeado de pináculos idênticos aos da casa, cuja construção terá sido contemporânea desta.
Casa da Quinta da Bela Vista
A Casa da Quinta da Bela Vista foi, segundo fontes orais, residência de Carlos Olavo, escritor e jornalista, amigo de Aquilino Ribeiro.
Provavelmente edificada no último quartel do século XIX, apresenta uma planta de dois pisos, com um corpo central enquadrado por uma pequena varanda alpendrada virada a nascente e servida por escadaria exterior; um corpo perpendicular virado a norte cortado por pilastras salientes e rasgado de elegantes janelas diferenciadas do piso térreo e, um terceiro corpo panorâmico no alçado sul terminado por extensa varanda alpendrada com colunatas, janelas e porta de ligação da varanda com a casa, depreendendo-se que tais soluções arquitetónicas tivessem a pretensão de imprimir dinamismo e funcionalidade a toda a construção de cariz nobre.
O portão central de acesso à quinta e ao belíssimo imóvel é ladeado por colunas rematadas por capitéis, sendo o edifício enquadrado e envolvido por árvores centenárias.
Casa do Passadiço
Situada no centro da povoação de Albergaria, ergue-se a sóbria e esbelta casa pertencente à família de D. Maria Rita Cabral Sobral Ramos, também conhecida pela casa do Passadiço.
O Imóvel, de dimensões médias e adotando a simplicidade da construção dos alçados, é constituída por dois corpos que se interligam no andar nobre, o qual dá acesso a outras dependências do alçado sul, cuja utilidade e elegante solução teria, na época, sido ajustada ao aproveitamento do espaço existente, adentro de uma localidade e ambiente marcadamente rural.
Sobressai, ainda, desta equilibrada e singela construção, a sua entrada principal que é constituída por um portão ladeado de duas possantes pilastras de granito, emolduradas e encimadas por pináculos piramidais, muito característicos da época barroca, dando a todo o conjunto o necessário dinamismo, movimento e animação.
Todavia, o edifício pertence já a uma fase tardia, denunciado o gosto enraizado na tradição, sendo provavelmente construído em finais do século XIX.