Casa da D. Luísa Soveral Martins

De planta retangular com dois pisos, é tipicamente um exemplo de casa nobre rural beirã, cuja construção, pelo seu carácter singular e simplicidade arquitetónica do conjunto, poderá remontar a meados do século XVIII, sendo atualmente pertença do Sr. Eng. António Fonseca.

A sua estrutura é articulada por pilastras lisas e salientes com base e capitel, destacando-se, na sua fachada principal, virada a sul, a sobriedade das janelas do andar nobre de molduras lisas sem lavores, denunciando um claro gosto pelas formas arquitetónicas tradicionais daquela centúria.

A sua nota mais erudita vai para a característica varanda alpendrada com colunatas, a qual é servida por uma elegante escadaria em granito com parapeito lateral fechado e chanfrado, o qual é iniciado por um exuberante remate decorativo de tipo consola com volutas, cuja solução, muito empregue na época, confere uma perfeita simetria e equilíbrio a todo o imóvel.

O piso térreo, a nível decorativo é marcadamente mais austero e salientado pela predominância de remates de linhas direitas nas suas portas que dão acesso aos baixos da casa, relacionados com a vida agrícola.

Casa dos Buxeiros

Propriedade da família Nicolau Ferraz, esta casa, assim vulgarmente conhecida, possui dois corpos diferentes e interligados: o mais alto, virado a norte, com o telhado em pirâmide e, a parte mais baixa, que corresponde à parte primitiva, com o alçado virado a sul, provavelmente datado de finais do século XVII ou inícios do século XVIII.
Possui um átrio interior que dá acesso aos dois corpos do edifício.

Ostenta o Brasão dos Cid, em calcário semirrígido, que deverá remontar à época de construção do imóvel.

O seu alçado norte é rodeado de um exuberante pátio e de um magnífico jardim, de acordo com o espírito barroco.
Por sua vez, as janelas do piso térreo, tal como acontece um pouco por todas as casas do concelho, são dotadas de resguardo em ferro forjado, uma característica muito enraizada na época.

Casa de Ruy Pina

Ruy de Pina foi oficial de exército, notário público, cronista famoso dos reinados de D. João II e D. Manuel I. Nasceu em 1440 e faleceu em 1522. Foi também guarda mor na Torre do Tombo e da Livraria Real.

Ruy de Pina possuía uma grande quantidade de propriedades em Oliveira do Conde, de grande valor monetário, era também proprietário do Solar "Casa de Pina", este que foi demolido para dar lugar à atual sede da Junta de Freguesia.

Casa de Cabriz

A velha Casa de Cabriz (que foi dos Teles do Vale), na sua imponência e com seus muros e portais cobertos de hera, testemunho de faustoso passado, a densa vegetação, as águas calmas da ribeira, os velhos e abandonados moinhos e as penedias de granito, mais abaixo, que o caudal esfarrapa, formando cascata, são componentes de um recanto maravilhoso, que muito nos arrebata. Local turístico por excelência, porém quase esquecido.

Casa dos Cabriz, e respetiva capela, foram edificadas no decorrer do século XVIII, constituindo uma variante do modelo setecentista da casa com capela integrada na fachada.
Na verdade, os espaços do solar organizam-se em torno do templo e, no alçado principal, a capela e o corpo residencial da direita destacam-se em termos volumétricos do corpo da esquerda, mais recuado.

A articulação entre estes dois blocos era diferente até meados do século XX, época em que foi erguida a arcada que hoje conhecemos e que facilitou a ligação entre os espaços. Exteriormente, a casa pauta-se por uma enorme depuração, com os vãos da fachada a apresentar molduras recortadas e os restantes de linhas retas.

A única exceção é o alçado da capela, definido por pilastras nos cunhais, encimadas por longos fogaréus que se elevam bem acima da linha dos telhados.

O portal, de verga curva, tem as ombreiras decoradas por enrolamentos e é coroado por um frontão de cortina. Sobre este, um óculo muito trabalhado que faz elevar a linha da cornija e o frontão em cortina, com a cruz central muito elevada. Também o alçado lateral junto à arcada apresenta janelas de moldura trabalhada.

A sineira encontra-se já sobre o telhado do corpo habitacional da direita. No interior, destacam-se os tetos de madeira no solar e, na capela, coberta por abóbada de berço, merece especial destaque o retábulo de talha dourada da primeira metade do século XVIII. A envolvente é marcada pelos pátios ajardinados». A Casa e Capela dos Cabriz estão classificadas como Imóveis de Interesse Municipal.